sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Reapresentando o Telescópio Social!


Bom com certeza a pessoa que aqui escreve nesse momento não é a mesma que lhes escrevia há 4 meses atrás. Muito menos aquele que escrevia na primeira apresentação do Blog (ver primeira postagem "Apresentando o Telescópio Social).
Os motivos são diversos mas pode ser simplificado com apenas uma palavra: Amadurecimento. E tambem evolução, a tal evolução que tantas vezes já falei aqui ou em ouvidos dos mais diversos... evolução essa necessária para todo ser humano e vital para uma vida feliz...
O Danilo Lima que escrevia aqui antes não conhecia muita coisa. Na verdade conhecia sim, mas desconhecia as mais lindas e as mais fundamentais. E fazendo uma breve análise sobre este antigo homem (revendo postagens e criações anteriores), eu rio de todo o meu passado. Respeito e me sinto orgulhoso de ter sobrevivido a tais pesares, alegrias e confrontos psicológicos, mas agora vendo a vida de maneira bem diferente.
Sou amado, e agora isso não é mais uma brincadeira de sexualidade juvenil. Estou me tornando homem a cada dia, a cada segundo. Sinto a vida mais séria e muito mais sólida agora, mas esse é um caminho que devo percorrer até o fim de minha vida. Estou conseguindo me tornar um homem com um homem de verdade ao meu lado, e dispenso apresentações para manter a discrição e a privacidade de meu cavalheiro.
Posso sentir dia após dia que tudo, TUDO o que eu sempre esperei de uma pessoa, e compartilhava com meus amigos do Telescópio Social se tornaram realidade.
E me vem lembranças à cabeça de pessoas falando que eu jamais chegaria e que isso era um simples sonho de garoto idealizador que sempre fui, por sorte...
Chegou!
Com relacionamentos anteriores (devo frizar que principalmente com o relacionamento que eu tinha comigo mesmo e com minhas idéias sobre o amor) eu aprendi que não devo falar tudo o que sinto no Telescópio Social. Devo expôr minhas idéias, minhas análises de rua, de comportamento, meus simples desabafos, mas partes mais íntimas do meu coração, principalmente quando se trata de namoro, me sinto melhor expressando somente ao coração daquele que amo... São detalhes muito preciosos para compartilhar com todos, qualquer pessoa que ama sabe do que estou falando.
Fora isso, as postagens não muito mudarão.
Mesmo meu cérebro tendo mudado.
Continuo sonhando, mas agora vivendo mais o sonho do que idealizando o mesmo.
Continuo sendo um vegetariano convicto e acreditando na harmonia entre homens e animais.
Continuo tentando entender porque o sol brilha todas as manhãs e ninguém o vê.
Continuo prezando amizades, sobretudo aquelas que já me provaram fidelidade e amor.
Continuo dando mais valor ao coração que ao cérebro e achando que as duas máquinas trabalham absolutamente juntas.
Continuo vivendo, continuo olhando, continuo tentando sobreviver às mazelas do cérebro, lutando contra a tristeza e a todo o lixo interior que aflora como um demônio em momentos mais preciosos, tirando a vida e a graça que ela representa. (Breve passagem pela terra meus caros...!)
Continuo sendo gay, filho, homem, namorado, amigo, cidadão.
Devo dizer que não me faz bem postar todas as semanas. Assim como não me faz bem não postar nunca. Pretendo continuar criando de maneira livre (parto normal, piadas a parte), e postando somente quando me sentir a vontade pra isso... Afinal, a liberdade sempre foi a principal regra do Telescópio Social.
Tenho dentro de mim sentimentos de pura alegria, e gostaria imansamente que ninguém morresse sem sentir isso pelo menos um dia na vida... A vida se torna maravilhosa quando podemos acordar todas as manhãs e sabermos que alguém vive por nós.
Ser amado, respeitado, tratado bem nos mínimos detalhes, saber que vai chegar a lua e tudo o que você vai fazer é ter alguém pra carregar o peso do sol com você. Ter alguém a quem dizer que ama e que não vive sem e nem o viverá...
Eis, meus amigos, o motivo pelo qual abro meus olhos de manhã...
E Deus sabe o quanto sou grato a tanta alegria.
A espada foi substituída pela flecha.
A dor foi embora e me deixou alegria, recompensa.
O sonho de vento virou pedra.
O gigante adormeceu.
E muito ainda vou sentir...

Nova fase!

Obrigado a todos que lêem o Telescópio Social de vez em quando, mas chega uma hora que todos se esquecem e nem ao menos passam por aqui mais. Mesmo assim, escrevo!
Obrigado ao homem da minha vida.
Obrigado ao anjo que dorme neste segundo, e sonha com meus beijos.
Obrigado a você que se vê neste Telescópio Social que jamais se deixa morrer na cegueira.

Danilo Lima, Telescópio Social.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ao óbito eterno!


Publicado originalmente em 31 de Julho de 2008


Aqui escreve o poeta enganado.
Aqui escreve o homem que sentiu tanto, mas não teve percepção! Não teve astúcia...
Não foi capaz de captar mentiras e de perceber palavras falsas.
Não soube amar o verdadeiro. Não soube não se guardar. Não conseguiu se desvencilhar dos braços daquele que tanto amou. Não feriu e recebeu uma espada no peito. Não foi mundano. Não foi desumano. Não conseguiu ser racional enquanto havia tempo.

O grande mal do ser humano é que ele tenta ser poeta. Tenta sentir o quase impossível dos corações. Tenta criar amores que ultrapassam os livros e contos, que vai além do cinema.
Não és um poeta! Não sentes.
Este é privilégio de poucos...
Tu nada chora e nada ri. Apenas vive a mercê do corpo.
O corpo te leva, o coração é um artifício para seres quem não és...

Contigo fui poeta. Contigo fui humano.
Contigo sonhei. Contigo fui homem.
Contigo contei. Contigo cantei. Contigo meu coração pulsou como jamais havia pulsado antes.
Imaginei que histórias de príncipes e princesas saiam do papel, e que nada era comparado com as emoções da vida real. VIDA REAL!
E tudo era lindo e eu sonhava em campos inabitados da alma. E dormia... sonhava... repousava nos sonhos que construimos juntos. E esses sonhos me mantiveram vivo. E a mentira era doce.
Se sentir vivo não é sempre. E você só sabe quando está amando quando fica feliz por pássaros te acordarem de manhã, porque é bom compartilhar com eles o mesmo amor que eles sentem. Apaixonados reconhecem outros apaixonados...


O mal de tudo isso foi teres me tirado a alegria em ser poeta.
A alegria em sonhar, viver, chorar sem medo.
Hoje não choro, não penso. Tenho medo de sonhar de novo.
Tenho receio em jamais poder me embebedar de amor novamente.
O medo da mentira. Oh cruel medo da mentira.
Tudo me perece ser igual. Palavras afáveis. Amores trocados mutuamente.
E na estação, o seu trem parte rumo ao longínquo. Me deixa, me abandona.
Leva nas bagagens minhas raízes, o amor-próprio, a auto-estima, a esperança do grande amor, a segurança de minhas poesias...
Substitui sem saber tudo! (Tu nada sabes, não-poetas nada sabem)
Abala as estruturas.
Rouba do mundo um apaixonado. Deixa um inseguro, um desumano, uma pedra!
Arranca cada sorriso e deixa meros movimentos faciais.

Devolva-me a paz, devolva-me a poesia!
Faça-me o coveiro que te enterra nas veias da terra. De você nada quero.
Só me resta o ódio. Só me resta a desilusão.
Parta para sua terra de homens inexpressivos, e me deixe reorganizar as leis do meu vale dos apaixonados e corações partidos.

E um dia reencontrarei tudo o que me roubastes. E um dia este poeta irá se orgulhar da terra em que vive... a eterna terra daqueles que amam. A mesma terra que te enterra e te sufoca. Te vela vivo e te sepulta agonizando.
Ao amor, minhas esperanças; a você, o óbito eterno!

Silêncio!


Publicado originalmente em 24 de Julho de 2008


Hoje é dia 10 de julho de 2008. Dados referentes ao clima do dia serão poupados para evitar aqui um clichê.
Estou na biblioteca municipal da cidade de Presidente Prudente, no andar de cima. Na segunda mesa (contando do pilar), a esquerda. Do meu lado uma jovem trajando rosa, tênis despojados e óculos delicados folhea furtivamente folhas de um enorme livro. Sei que busca em tantas palavras algo, algo que não sei o que é, mas algo concreto.
Na porta lê-se em letras garrafais: "SILÊNCIO!", e todos obedecem. Máquinas de escrever não cumprem regras, e fazem todo o barulho possível. E me faz lembrar que a cada segundo um grande mestre cria. Joga no mundo prostitutas, padres, demônios de belos cabelos loiros e anjos segurando tridentes afiados. É nesta biblioteca que se pede silêncio que ouço tantos e tantos gritos.
Mulheres desesperadas a procura de seus maridos que descem de grandes navios. Crianças que choram a peste bubônica. Homens discutindo a política e tentando-a fazer. Ventos que sopram e movem os moínhos de vento com força.
Um velho acaba de morrer na estante 34.
Um país entra em guerra na estante 15.
Números que se casam com números e nascem equações enquanto verbos são conjugados, dando beleza e coerência a nossa bela língua.
A história do mundo é contada aqui, enquanto outros homens a fazem la fora.
Não se pode silenciar tais seres. Livros nunca se calam.
Poderia olhá-los como grandes tijolos sem importância, mas eu sei que eles me levam ao mundo do imaginário surreal. E é onde eu posso chegar mais perto e tocar a calda da grande e impiedosa Moby Dick. Da doce Pollyanna. De quincas Borba e suas batatas. De uma certa volta ao mundo em 80 dias. De Oliver Twist que tentou roubar meus pertences ontem, pobre criatura! Al Capone que me fez mal muito maior...
E toda a beleza só é beleza porque poetas a admiram. E toda a riqueza é levada por séculos com estes tijolos amarelados e flexíveis. E que me afoguem em suas páginas. Me alegrem cada dia. Me levem ao mundo do surreal.
Me dêem as batatas, pois serei um vencedor. Me leve a uma viagem pelo mundo. Me roube tudo o que tenho...

Apenas palavras meu caro, apenas palavras!


Publicado originalmente em 22 de Junho de 2008


Entenda que não somos mais faces familiares
Somos desconhecidos!
Entenda que não estamos mais ligados no mesmo espírito
Eles se separaram no momento de nossa despedida!
Não adianta chorar, não adianta sofrer.
Não relembre momentos passados,
A função de cada lembrança e te ferir com nostalgias
Te matar em pensar que tudo poderia ter sido diferente.
Palavras. Somente palavras. As vezes elas podem te enganar.
Te enganaram! Eu menti!

Entenda que só tive um amor em toda a minha vida
Que você pra mim não passou de uma brincadeira
Algo que tentei levar em frente e não foi possível.
Não se pode levar nada com você. Nada!
Entenda que cartas podem ser queimadas e eu farei isso
E com o fogo espero que meu coração não se aqueça
Pois tudo o que procuro é a frieza.
A mais pura pedra do gelo
Que faz eu me sentir sem entranhas e sem sentimentos
Jamais sofro!

Soube que chorastes. Soube ao ouvir sua voz!
Percebi o miado já tão conhecido de quando cais em prantos...
E como pode ser tão fraco assim?
Não vês que eu não ligo? Que estou vivendo minha vida novamente?
(Nunca a deixei de viver por pensar em você!)
Não vês que nada significou pra mim?
Apenas palavras meu caro, apenas palavras!

Eu posso ter lhe dito que te amo muitas vezes
Sem ao menos ter pensado no que isso significava.
Posso ter lhe escrito belas palavras, pensando em uma outra pessoa!
Apenas palavras meu caro, apenas palavras!

E cada dia eu me cansava mais e mais de você
E cada vez que íamos nos ver eu rezava para que tal dia...
Maldito dia... não chegasse jamais.
Mas chegava, oh, chegava!
E nada mais me restava se não fingir que sentia
Fingir que te abraçava
Fingir que eras meu amado eterno. Aquele tu que tanto odiavas.
Aquele que tanto amo!
Fingir que sentia teus beijos e meu corpo se arrepiava com seus toques
Fingir que seu olhar me fazia um cara feliz por tê-lo ao meu lado.
Piada!

E tu que me dizias tanto que meus olhos te acalmavam.
Como pode ter sido tão besta em ter me amado
E nunca ter percebido que cada gesto meu era o mais falso possível?
Como pode um ser humano ter amado como você?
Isso não se faz meu querido. Simplesmente não se faz!
Agora aprenda. Aprenda e nunca mais se esqueça:
Apenas palavras meu caro, apenas palavras!
Tudo não passou de brincadeira.
E você foi diversão. E você foi meu passatempo.

Hoje tu me ligastes e eu não esbocei uma reação se quer.
De nada me importa tua voz chorosa e tuas palavras afáveis.
De nada me importa que lestes minhas cartas e lembrastes daqueles tempos...
Apenas palavras meu caro, apenas palavras!

Vou-me indo e por favor,
Não me importune mais!
Não te amo!
De nada me importa. Não me olhe mais...
Jamais, nunca mais...!

Viva a Socidade poserativa!


Publicado originalmente em 19 de Junho de 2008


Muitos querem passar uma impressão. Galerinha punk querendo ser visto como punk. Usando nomes punks e tentando tomar atitudes punks. E se você tenta ser algo é porque você não é. Simplesmente achou aquilo legal e invejou o fato de não ser aquilo. E tudo fica tão artificial quando feito dessa maneira... Dá aquele arzinho meio "Pseudo". Vale lembrar que várias "tribos" dizem ser contra os conceitos que a sociedade impõe mas entre "membros" desta mesma "tribo" existem tais conceitos com roupa, linguajar, atitudes (ou na maioria das vezes a falta de atitude). E isso tira completamente a liberdade de simplesmente você ser aquilo que você é. E você deixa de fazer tudo o que você naturalmente faria (porque gosta e acha isso legal) porque os outros vão achar isso feio ou "brega". E lá no começo da história do Rock'n roll, tudo que se buscava basicamente era a liberdade. Só a liberdade. Liberdade pra ser um filho muitas vezes como seus pais não queriam que você fosse, liberdade pra usar determinada roupa sem parecer ridículo e simplesmente se achar lindo usando aquilo que você gostasse.
E a liberdade foi fortemente confundida. Digo isso porque já presenciei pessoas junto comigo chutando e vandalizando pelas ruas da cidade e gritando a plenos pulmões que ele podia fazer aquilo porque era livre. (E não mencionou o fato de ser um porco escroto que não sabe pensar e ser alguém legal!). E essas mesmas pessoas acham que fazem parte de uma sociedade alternativa.
O que seria afinal a "Sociedade alternativa"?
Raul Seixas e Paulo Coelho fundaram algo com este nome nos anos 70 aqui no Brasil, e definiram como: "Sociedade alternativa, Sociedade novo aeon, É um sapato em cada pé, É direito de ser ateu, Ou de ter fé, Ter prato entupido de comida, Que você mais gosta, É ser carregado, ou carregar gente nas costas, Direito de ter riso de prazer, E até direito de deixar, Jesus Sofrer".
E pra mim que pensou por anos neste assunto, chego a MINHA conclusão (questão de opinião) sobre o que é a sociedade alternativa.
A sociedade alternativa deve ser composta por seres que acreditam e vêem no mundo algo que as percepções dos outros terráquios não alcança. A pessoa que busca viver de maneira mais acentuada, ou seja, levando em consideração que nascemos e temos relativamente poucos anos de vida. Então nos resta viver de maneira própria, com emoção e tentando deixar algo no mundo. Sendo diferente dos outros nos sentidos mais vastos. Lembrando que isso não se muda de um dia para o outro porque seria mais uma atitude pseudo. Porém alguém pode ser influenciado por outras pessoas a adquirirem tais pensamentos e idéias sobre o mundo em geral. E lentamente você vai se impondo e sendo alguém mais alternativo, que fuja um pouco de tudo que se vê, causando ou não assombro e admiração nas pessoas (algumas deixam isso claro positiva ou negativamente na maneira como te olham e te questionam).
E por se tratar de uma pessoa diferente em vários sentidos, você pode esperar hábitos dos mais excêntricos.
E o que deve ser levado em consideração no final disso tudo é que cada qual escolhe o caminho que vai seguir. Cada qual nasce de uma meneira e isso torna o mundo muito mais legal. (Assunto para uma outra postagem).
E quando a galera jovem perceber que tudo é mais (porém inclui) roupas e maneiras de falar, a "Sociedade Alternativa" vai ter muito mais significado e talvez se possa esperar de fato uma contribuição especial por parte destes para um mundo mais justo e interessante.

Esponja humana

Publicado originalmente em 21 de Maio de 2008


Chegam aqueles dias que você simplesmente não sabe o que pensar, não sabe o que pensam de você, e não sabe como deve pensar. Existe de fato uma maneira certa de pensar?
Quero dizer, eu tenho motivos de sobra pra ser considerado um cara feliz. Tenho um pouco de tudo e nada em excesso, como costumo dizer.
Tenho alguém que me ama como filho. Tenho alguém que me ama como homem. Tenho alguém que me ama como amigo e tenho alguns que não me amam, para equilibrar tanta troca de amores.
Mas talvez o ser humano sinta necessidade de ter problemas, e quando não encontra nenhum em seu cotidiano, o cria milagrosamente.
Não que eu esteja querendo criar problemas mas não sei bem ao certo o que estou sentindo.
Fato é, tive uma conversa difícil com minha mãe há exatos 14 minutos atrás. E ela me questionou sobre meu futuro e o que eu quero pra minha vida, e não ficou feliz com as respostas.
E eu pude ver nos olhos dela que eu ainda vou vê-la chorar muito por conta dessas decisões.
Vou me analisar um pouco, sem falsa modéstia e sem querer ser o cara mais fabuloso do planeta e nem o cara mais cagado:
Eu sou dono de minhas próprias idéias. Tenho uma personalidade que eu mesmo invejo. Não sou um alienado que vive de maneira única. Tenho pessoas que se parecem comigo em vários e diversos sentidos. Minhas roupas me agradam. Meu cabelo me encomoda, mas é meu. Ser careca seria pra mim não seria legal. Sou vegetariano e tenho orgulho de minha escolha. Sou bissexual e acho isso o máximo e tenho igual orgulho. Não tenho partido político e nem religião. Não brigo por nenhuma causa em especial (tenho esse direito). Valorizo meus sentimentos e acho isso uma grande bosta, porque isso só me prejudica as vezes. E saber de tudo isso só demontra que sou um tanto analítico demais. Isso não é bom e já tentei parar.
Analisando tanto tudo e todos acabo absorvendo como uma esponja humana tudo por aí.
Quero me desligar e parar de pensar. Quero sair deste palco e ficar no camarim, me cansar e ir pra platéia, bater palmas como qualquer idiota.
Quero conseguir errar, fazer alguém sofrer e sorrir vendo alguém chorar.
Quero me sentir um estúpido sendo um idiota.
Quero pelo menos saber qual a sensação de ser uma pessoa diferente desta que aqui lhes escreve. Escritor de meia tigela, que talvez nunca saia deste blog, blog este abandonado, que ninguém ao menos se dá ao trabalho de ler. Poeta sujo e sem futuro, que perde seus dias anotando idéias e pensando sozinho como é ser reconhecido.
Mas com a mesma intensidade que quero tudo isso, também tenho em mente que não quero me perder por aí, sendo mais um homem sem cérebro. Acho digno o fato de ter capacidade pra sentir e pensar, mas tambem quero que se foda. Sentimentos causam grande dor. Grandes dores causam grandes traumas. Traumas não são legais, e eu agora sei depois deste final de semana que se passou que tenho tanta dor pra explodir dentro de mim, quando veias, órgãos e etc.
Eu senti a dor de perto, dor de ter certeza que perdi a coisa que mais me faz feliz no mundo, mesmo que de maneira alternativa e as vezes grossa e insensível.
Aprendi que chorar é humilhante. E o mais inacreditável é que eu, fraco e burro, não consigo deixar de fazer isso sempre que preciso. Não, neste momento não estou chorando, e precisei contorcer minhas bochechas neste segundo pra sentir meu rosto. Não sorri hoje ainda, não chorei hoje ainda, não fiz nada hoje. Não senti nada. Mas reprimi a vontade de sentir.
E assim pretendo continuar! Mas logo tudo explode... é sempre assim afinal.
(Continua... Talvez!)

O peso de suas lágrimas!


Publicado originalmente em 26 de Março de 2008


Você me alcançava na rua deserta e gélida da manhã!
Vinha com cara de sono e me indavaga sobre meu dia passado. Me falava sobre o seu, mas eu não havia perguntado nada.
As vezes me fazia truques. Dizia algo para que eu dissesse por minha vez algo tambem para que a deixasse bem, e lhe causasse um sorriso. Mas eu não lhe dava esse gosto, simplesmente não dava. Simplesmente não percebia nada.
Olhares, gestos, um modo diferente de falar e de me tratar. Você sabia que eu não sentia a mesma afeição, mas a minha presença lhe fazia feliz. E tu sempre demonstravas com um sorrisinho de soslaio.
E pensar que eu passei tanto tempo fingindo que não a via.
E pensar que por tanto tempo você para mim não era mais que uma garota gorda.
Sabe que você não põe na cabeça que é tão especial quanto qualquer garota magra? De que adianta eu te ver como a mais linda das mulheres, se você não vê o mesmo?
Você se senta na sua poltrona e observa chorosa os desfiles de grandes grifes, e tenta se imaginar sendo magra e perfeita em roupas caras. Eu vejo nos seus olhos que você deixou de se ver por dentro. Será que tanto tempo não te observando fez com que você parasse de se olhar tambem?
Óh minha querida, quero correr atrás do tempo perdido, dizer pra você que você é a pessoa mais linda do mundo, isso aos meus olhos, porque afinal é isso o que importa!
Quero que você não se subestime perante outras mulheres. O seu sorriso, aquele sorriso matinal que me tomava todas as manhãs, é o que há de mais belo em você, é o que me fez te sentir e te amar!
Parada em frente ao espelho, eu te observo, você chora!
Chora o medo de me perder para alguém mais bonita.
Chora o peso de seu corpo.
Chora as piadas e o preconceito dos habitantes desta fria terra, desta terra de tantos padrões.
Chora ainda porque aos seus olhos és apenas uma feia e gorda.
E de que adiantaria você, magra e em ossos, se não fosses a minha querida amada?
Eu te quero assim meu amor, eu te sinto assim. Aceito-a e quero-a cada dia mais!
Não me faça gritar ao mundo o quanto eu amo você, a gorda mais linda do mundo.
E se meus amigos me zombam e me perseguem, isso somente me dá mais forças para seguir em frente, olhando na mesma direção que você!
Meu anjo, minha vida!
Garota gorda, você é a mais especial dentre todas as mulheres... Não deixe o mundo te convencer do contrário... Fique comigo e deixe eu te proteger!
Eu te amo garota gorda, e estou com você!
Seu amado, H.R.

Colorindo as estrelas!


Publicado originalmente em 28 de Fevereiro de 2008


Ele descabelava-se compulsivamente em frente ao pc. Não acreditava que brigava com a pessoa mais amada! Chorava, e aproveitava a solidão da tarde para chorar alto, gemer, gritar quando preciso. Havia poucas chances de dar vazão aos sentimentos na sua tumultuada casa, sempre cheia! As lágrimas sempre escorriam no travesseiro. Hoje escorreram pela casa toda!
Ele se matava aos poucos, lembrando das promessas de amor da pessoa que o fazia rir e sonhar, dias atrás! Ele se lembrava de tudo e nem ao menos tinha tempo para cortar os pulsos. Óh, que morte mais clichê...
Ele se lembrou de repente, de como era antes de conhecer quem o fazia rir e chorar com tanta facilidade. Se recordou das teorias automáticas de um homem sem coração; da teoria do não amor, da carência sentida nos escuros, da solidão venenonosa, que o matava lentamente há tempos atrás.
Ele pensou com toda a certeza do mundo: "Não quero mais isso pra minha vida!!"
Mas o que ele iria fazer então? Tanta dor não se pode sentir numa ocasião dessas.
Ele tomou a decisão dele: "Vou me jogar ao relento... sentir a brisa, ouvir a música, beijar a velha e boa melhor amiga, deitar-se no colo da terra, sentir o céu cair em minhas têmporas, rir de bobeiras, pensar amenidades, tentar achar que tudo vai dar certo no final, dançar sozinho, se prender no banheiro e cantar por horas..."
Sabe, não vale a pena sofrer, não vale a pena pensar o tempo todo. Nenhuma máquina é boa o suficiente que não precise de um descanso! Ah, grande solução: MODE OFF!
Ele foi pra fora, ouviu alguns pássaros cantando e pensou: "Caaara eu estou perdendo teeeempo!!! Preciso viver, URGENTE!"
E saiu correndo, contemplando tudo, sorrindo e se sentindo cheio de vida!
"Por hoje não quero mais sofrer, não quero mais chorar, não sou uma máquina de sentimentos alheios, não preciso do sentimento dos outros o tempo todo, não preciso imaginar sempre que tudo vai dar errado, não preciso me sentir carregando o mundo nas costas. As coisas não estão legais? Paciência! Curta a viagem. Siim, curta a viagem e traga lembranças. Tudo é uma grande experiência afinal..."
Ele se pintou de cor de rosa, ele pintou o céu de vermelho, ele coloriu as estrelas e viu que haviam ficado lindas, ele colocou pedras de gelo no grande sol, ele deu liberdade á sua imaginação e o mundo sorriu, e um lindo arco-íris caiu em suas mãos! Ele pulou alto e chegou ao infinito, ele é assim, sempre foi, mas se perdeu por 18 anos, e quer recuperar o tempo perdido com segundos. Só por hoje ele vai sorrir, ele vai ver o sorriso do planeta e vai colorir todo o cinza!!

Exílio dos amaldiçoados, por Peter Demost!


Publicado originalmente em 20 de Fevereiro de 2008


Alguma coisa está acontecendo na minha cabeça! Alguma coisa que me arranca toda a felicidade e estupra minha alma, inpiedosamente!
Eu acordo de manhã e penso que será um dia diferente, um dia em que o sol vai brilhar e eu vou achá-lo lindo. Mas as nuvens o encobrem ainda mais!
Será que você não vê? Será que você não entende? O mundo está acabando aos poucos... não há motivos para sorrir! Cada dia mais as coisas legais acabam e se tornam chatas, a luz se torna escuridão subitamente, os colibris se parecem assustadoramente com capetas alados. Eu já não posso mais sorrir, porque toda essa podridão me mata lentamente.
Cada esquina que eu viro, é só mais uma esquina (caminhos percorridos??). Talvez se eu fosse algum tipo de aleijado, as pessoas poderiam me amar mais afinal...
Eu não consigo entender o motivo pelo qual você sorri! Enteeenda, não temos nenhum motivo para estarmos felizes... Tudo não passa de uma grande farsa.
Estamos assistindo a um filme chamado vida. Rimos copiosamente achando que se trata de uma grande comédia, mas em comédias os vilões não matam os bonzinhos, não é mesmo?
Tudo está pendendo para o negativismo! Tudo está afundando... E vocês não percebem, idiotas!
Sabe as promessas da pessoa que tanto amas? Aposto como você acredita em cada palavra!
Sabe a esperança de um futuro bom? Você realmente acha que ele vai existir? Qual futuro?!?!?! Você vai morrer, assim como eu, lambuzado de angústia, verme doente, e não vai ao menos ter tempo de pensar se fizestes alguma coisa nesta sua vida ridícula!
Acredite, eu vou asssitir a tua ruína... Eu vou assistir a ruína de cada um daqueles que me fizeram chegar onde eu estou hoje! E você, direta ou indiretamente, faz parte disso!
Você, batendo no aluno branco da escola!
Você, humilhando o "maricas juvenil"!
Você, achando que tem mais capacidade que eu!
Você, menosprezando meus sentimentos, saracoteando, dançando, guspindo, derramando seus escrementos mais diversos no meu coração!
Ó, coração são para fracos, perdedores, necessitados, fanáticos. Corações são a máquina da tristeza. O coração me adoeceu, ano após ano, e já não posso mais viver assim! Deixo somente claro: Daqui não levo nada. E só queria não ter jamais saído do ventre de minha mãe! Queria ter sido abortado... Queria ter sido jogado no lixo e sido comido por abutres famintos...!
Palavras jogadas ao vento... Cá estou eu, nesta poça que chamam de mar. Neste confim chamado terra. Nesta pocilga infernal chamada casa! Neste pedaço do inferno chamado país. País que formou seus nobres cidadãos como serpentes, prontas para o bote certeiro e mortal. Ao inferno pobres mortais, relez, mesquinhos, roubando os bens alheios, perdendo as verdades em becos asquerosos, lutando pela sua mentira!
Quero encontrar com todos aqueles que assinaram meu atestado de óbito, no inferno!
Vou vê-los receber a ira maligna e sangrenta da cólera do senhor das trevas, aquele que chamam de Deus, mas se trata somente do demônio, único e desprezível como qualquer um de vocês, covardes...
Covardes sim. Covardes...!!!! Grito a plenos pulmões: COVAAAAARDES! Vocês que me arruinaram, vocês que me levaram a este esgoto...
Enquanto você baila lindamente com suas prostitutas e garanhões, eu lanço comida aos porcos e lhes imploro humanidade...! Ó, triste ironia!
A vida não serve. A morte acolhe! Pra que pensar na vida afinal, se ela é pasageira! Vamos somente nos importar com a morte, exílio dos amaldiçoados, pois é nela que vamos passar a maior parte do tempo...
Mas ninguém vai me ver partir, sem antes anunciar tudo que penso... Não partirei hoje! De cá não sairei ainda...
Sou o anjo que anuncia a morte. Sou o trovão que anuncia a tempestade. Me chame de Peter Demost! (Nos encontraremos!!)

Observação: Peter Demost se trata de um dos vários personagens que pode se esconder nos cantos do cérebro imprevísivel de um escritor, que aqui se faz presente. Fatos e ídéias são de caráter literário e artístico, não devendo necessariamente ser atribuídos a vida pessoal deste narrador!

Sopa de Barbante


(Publicado originalmente em 30 de Janeiro de 2008)


Eu realmente não consigo acreditar que alguém nesse mundo fale tanto sobre a minha vida, a minha maneira de ver as coisas. Os meus sonhos, as coisas engraçadas, o jeito de arrumar o quarto, o olhar sobre o amor, sobre a profissão, sobre o maniqueísmo amoroso (existe isso!)
Quando eu fiz 14 anos me foi apresentado um livro de uma certa escritora chamada "Helen Fielding". O livro era "O diário de Bridget Jones".
Eu o li em pouquíssimo tempo, digamos que em 5 dias e 3 horas (mais 4 minutos). Cada história vivida por ela era algo mais e mais reconfortante pra mim. Logo em seguida li "Bridget Jones: No limite da razão".
Sempre solteiro, embora não tão velho quanto ela (pelas minhas contas terei 32 anos de solteirisse se minha vida continuar a mesma, desses já vivi 18. Ou seja, ainda me restam 16 anos. Legal, metade do caminho andado!), eu sempre presenciei amigos, familiares, amigos de amigos, pessoas na rua, pessoas na igreja, pessoas em todos os lugares andando "lindamente" com seus pares. E eu pensava "Porque diabos as pessoas precisam acasalar em todos os lugares???".
Ahhh eu esperei por muito tempo um mundo dividido em dois. Idéia retirada e baseada nos bares e restaurantes, onde há dois ambientes: Fumantes e não fumantes! Meu Deus, talvez eu devesse patentear a idéia de dois ambientes no mundo também: Solteiros e compromissados!
E por muito tempo, eu achei que sempre a parte má (Sempre o modo de viver "Daniel Cleaver") prevalesceria. E que as pessoas "Mark Darcy" jamais poderiam ser escolhidas. Achei que as pessoas desastradas não conseguiriam sucesso nunca. Achei que os admiradores do bom humor jamais seriam levados a sério por alguém. Achei que nossas gafes nunca seriam levadas com um sorrisinho educado de quem por dentro está desejando sua morte!
Bom, a minha vida continua a mesma. Eu, Danilo Lima que aqui lhes fala, continua solteiro, desastrado, engraçado em horários impróprios, e continuo sendo um sonhador. Sempre sou o solteiro da festa, sempre acho que meus familiares se referem a mim quando soltam a seguinte gafe: "Meu Deus, um moço tão bonito, e não arruma namorada!". Ahh eles já sabem onde enfiar a beleza, e não gostaram da idéia. Mas pelo menos eu sei, tenho a certeza que não estou sozinho. Quero dizer, técnicamente sim, mas há outras pessoas assim no mundo afinal de contas!
Mas o fato é o seguinte. Voltando a falar da visão dela. Bridget Jones me conforta. Certa vez eu ouvi de uma pessoa que grandes amizades podem começar no momento em que você vê que há pontos em comum entre ambos os lados. Aquela hora em que você acha que é um ET, uma droga de um ET. E aí você ouve "Poxa, isso sempre acontece comigo!". E nessa mesma hora você tem a sensação de ser igualmente diferente, ou diferentemente igual.
Ela me mostrou (ela quem? Helen Fielding ou sua criação?) que existem pessoas perfeitas, cheias de imperfeição, o que as torna ainda mais perfeitas.
"Eu te amo do jeito que você é, Bridget Jones!". Possivelmente a melhor frase do filme. E aquela que me faz pensar que, sim, alguém pode amar um desastrado louco sarcástico imperfeito solteiro e futuro solteirão talvez. E tudo sem o uso de vírgulas.
Asssitir esse filme me faz rever, mais uma vez, todas as minhas teorias sobre o amor. Mais uma vez, assisti o filme hoje, e que bom que posso contar com o telescópio social dessa vez pra repartir as experiências do filme.
O tempo vai passando e o pensamento Bridget Jones vai ficando. Bridget Jones, a rainha do sexo com um homem entre suas pernas. Danilo Lima com crises na madrugada. Bridget Jones da sopa azul de barbante. Danilo Lima do andar na rua sorrindo quando se apaixona. Bridget Jones precisando emagrecer. Danilo Lima precisando pentear os cabelos. Bridget Jones e o ano novo ao molho curry. Danilo Lima sendo o futuro jornalista sem sucesso. Bridget Jones sendo uma atual jornalista sem sucesso.
Pra mim significa muito mais que um filme, ou um livro.
Bridget jones é a minha imagem. E é estranho assistir um filme feito baseado na minha vida. Ah sim, porque Helen Fielding sabia que em outras partes do mundo muitas e muitos "Bridget's Jones" iriam se assustar com os pontos em comum. E todos nós temos direito afinal, de usar as calcinhas do tamanho que quisermos. Ok, este não foi um bom exemplo! Mas todos nós temos o direito de viver do modo que quisermos (Ou que nos foi imposto, no caso). E saber que 1 em cada 3 casamentos acabam em divórcio, até que me excita, devo confessar. Quem sabe um dia eu esteja do lado oposto deste restaurante chamado mundo. :)

Estou indo embora, obrigado por tudo, P.L!


(Publicado originalmente em 30 de Janeiro de 2008)


Você me disse ontem que nossa relação deveria mudar
Eu me senti tão mal naquela hora!

Você deixou suas meias jogadas pelo chão
E eu achei que estivesse dormindo com a pessoa errada.
Você é sempre uma pessoa tão organizada e cheia de modos.
(Mas os modos sempre me irritaram afinal!)

Ontem você não me olhou nos olhos
E eu sabia que havia alguma coisa errada!
Sei lá, as coisas acontecem de maneira inesperada.
Devo lembrar que até ontem corríamos felizes juntos?
Oh não, seria estupidez!
E é por isso que eu estou perdendo a fé. Sim estou!

Eu estava no meu quarto
E você estava fazendo alguma coisa, não sei bem ao certo o que era.
Eu tocava minha guitarra,
E em todas as vezes que eu tocava nossa canção
Você somente virava o olhar
Como quem ouve qualquer música!
Essa era a nossa música, amor!
A nossa música...
E sabe? Ela já representou algo para nós
Mas hoje ela me deixa doente. Ah sim!
Parei de tocar.
Minha guitarra vai ficar em algum lugar onde você possa vê-la
Quem sabe você percebe assim onde chegamos...
Já que as pequenas coisas você já não vê!

E todas as vezes que eu te falei que deveríamos resgatar alguma coisa que estávamos perdendo
Você me falava que era bobeira.
Mas hoje eu já não quero mais conversar...

Sabe que eu não ligo?
Juro por deus, não ligo!
Eu tento ficar mal por nossa relação despedaçada
Mas eu sempre acabo cochilando...
(Desculpe!)

Talvez seja sensato dizer que no final tudo dará certo.
Mas eu já não penso assim.
Todos esses anos me fizeram ver que você não significou tanto assim, afinal!

Estou indo embora, obrigado por tudo, P.L!

O pássaro e a minhoca


(Publicado originalmente em 29 de Janeiro de 2008)


Observação: O texto abaixo se refere à banda "The Used", que em minha opinião é a melhor banda jamais vista!
O texto foi escrito por mim no dia 6 de dezembro de 2007, dias antes do tão esperado show.
Aconselho aos leitores e amigos de "Telescópio Social" a leitura deste que se segue com a música "The bird and the worm" do álbum "Lies from the liars", já que o mesmo foi criado sob doses desta música e inspirado nela. Boa viagem! Boa leitura!


Acordei com medo, sobressaltado! Uma forte explosão devastou tudo. Tudo o que eu achava que existia, tudo que eu achava que vivia...
As ruas estavam negras, havia sangue por toda parte. Pessoas gritando, gemendo, desfalecendo aos poucos...
Uma grande fumaça negra sobe no céu, antes azul agora completamente cinza.
O barulho é alto, ensurdecedor, mortal.
A tristeza faz parte de toda a arquitetura da cidade...
Todas as lembranças, todas as alegrias, todas as memórias da infância vividas neste lugar... Esqueci, em meio a tanta confusão e caos.
Caminhei. Caminhei por minutos, talvez horas (por que não dias??). Já não tinha mais a noção do tempo, e tudo o que eu procurava era algum lugar onde pudesse fugir de tudo isso.
Minha alma tremia, eu sentia tudo como um misto de situações jamais vividas antes em um
mundo tão pequeno, frívolo como aquele em que eu sempre me escondi. Uma pedra! Nada mais do que uma pedra sem emoções, sem sentimentos. Então eu sabia, fui obrigado a me sentir vivo, mesmo que para isso eu tivesse que estar do lado da morte!
Quando eu já não sabia onde estava, completamente desnorteado e em meio a toda a poluição visual, auditiva. junto com grandes bolas de fumaça se misturando as nuvens e tudo mais o que compunha aquelas cenas demoníacas, avisto um pássaro, um lindo pássaro. Tão grande quanto uma águia porém com feições do mais puro animal que vive na terra, seja ele qual for... tinha uma pelagem extremamente branca e o mais curioso: desenhado de preto em cada uma das
asas, uma enorme e reluzente letra U.
Um grande, imenso alívio percorreu todo o meu corpo, e tudo o que eu queria era me agarrar neste animal, como uma criança chorosa em busca de conforto no colo do pai.
Imediatamente me rastejei até um lugar onde podia vê-lo melhor, sim, ele já sabia. Já sabia de todo o segredo. Ele já sabia a razão e a causa de toda aquela desgraça, todo aquele caos jamais premeditado.
Parei em uma grande e imensa pedra. Sujo, triste, humilhado pela situação.
Ele voa, voa como um urubú em busca de carne fresca, lá longe, onde nem os gigantes alcançariam.
Ele me avista, me olha. E vai descendo lindamente com inúmeras acrobacias no ar, contrastando com tudo de feio que havia no cenário.
Desce (aterriza?). O ar que vem de suas asas me refez em grande parte. Já não sentia mais medo.
Ele me olha no fundo dos olhos e tudo o que diz é: você está pronto para desvendar todos os segredos e experimentar as mais belas sensações exclusivas de vocês, humanos?
No mesmo momento meu corpo se arrepiou com a grandiosidade única do enorme pássaro e seu convite.
Eu não consegui dizer que sim, mas não foi preciso. Com suas enormes asas, o pássaro me pegou como uma minhoca... humilhantemente idêntico á uma minhoca. Voamos e mais uma vez não existia tempo, distância e não sei por quanto tempo voamos.
Ao longe avistei uma grande multidão, milhares de pessoas reunidas em um só lugar.
Com grandes e vistosas caixas de som, pessoas felizes, fumaças artificiais que ao contrário da outra, causava uma grande sensação de bem estar.
De lá todos avistam o grande e imenso pássaro... o show pára! TUDO pára!!
As pessoas apontam e comentam... e ao mesmo tempo sorriem. Com sorrisos dos mais variados (o grande antídoto de todas as tristezas!!). O remédio começou a fazer efeito...
Ele vai pousando lentamente, como um grande mestre do vôo que o era!
É ai que um rapaz, de cabelos negros, com aproximadamente 25 anos, com ar cansado do show tão exaustivo, completamente suado e visivelmente excitado e alegre, lhe sorri e lhe chama ao palco. Todos observam a cena com extrema curiosidade. ficou óbvio que todos os presentes naquele lugar já haviam passado por esta experiencia e que agora se contentavam em ver outra pessoa em seus lugares...
O jovem simpático se apresentou como Bert McCracken, e logo atrás dele vieram mais três, que se apresentaram como Dan Whitesides, Quinn Allman e Jeph Howard.
Meu coração se encheu de alguma sensação jamais vivida anteriormente. Meu espírito se encheu de alegria. E o que jamais queria era voltar para o lugar onde eu estava anteriormente, com ou sem aquele caos!
Bert cantava, gritava, e eu sentia tudo o que uma pessoa poderia sentir em um momento de puro "orgasmo auditivo". Aqueles momentos únicos em nossa vida que você sabe que se pudesse parar o tempo você não exitaria.
Os berros de Bert seguiam o ritmo da bateria acelerada de Dan. Ao fundo quinn mostrava toda
a sua graça e talento com sua guitarra, enquanto Jeph Howard dava amostras de perfeição com um belo baixo em seus braços...
De repente tudo acaba e eu vejo tudo diferente. Um quarto bagunçado, com casacos, chapéis, meias, E tudo o que se pode imaginar no chão, jogado.
Meu corpo transpirava demais em uma cama que me parecia muito pequena e desconfortável comparado ao paraíso em que estava segundos atrás.
Rapidamente me levantei, assustado. Bati fortemente num relógio que apitava frenéticamente. O inconveniente mostrador de horas que me havia trazido à realidade. No mesmo instante corri até um calendário para me situar.
Assustado, vi que dia era. No mesmo instante uma forte alegria tomou conta de meu corpo. Tudo isso havia sido uma prévia de toda a alegria que eu iria sentir hoje... talvez muito maior que a falsa e ilusória alegria do sonho!
Eu estava no Brasil e era dia 15 DE DEZEMBRO DE 2007!

Este inferno interior!


(Publicado originalmente em 27 de Janeiro de 2008)


Quero poder uma vez na vida não sentir dor, esse inferno interior.
Quero poder uma vez na vida não me sentir a pessoa mais horrível
Por me entregar aos sentimentos. (Vãos sentimentos!)
Quero poder matar, antes que me matem!
Quero poder errar, antes que me decepcionem.
Quero uma vez na vida não sentir todos os sintomas
Os horríveis sintomas de todo relez apaixonado...
Afugentar as borboletas. (Saiam, vocês precisam desaparecer daqui...)
Necessito de idéias claras, concretas, sãs, sobre todas as minhas teorias de toda uma vida...
Será que é possível um equívoco? Eu, sempre tão seguro de mim mesmo...
óh, que venha a morte. Que venha a tempestade!
Já não sou mais dono de mim!

E esse ciúme? Porque me consome?
Qual o fundamento?
Cortem minha cabeça. Roubem minha alma.
Quero ser são, saudável, dono de mim mesmo.
É possível? Responda-me já.
Não posso mais viver assim,
Com a dúvida tomando lugar de cada molécula
Do ar que eu respiro!

Talvez médico algum tenha a cura para tal doença.
Eu farei meu próprio antídoto.
Serei o pioneiro. Talvez este me leve à morte...
Mas eu me recuso a negá-lo (a humanidade necessita do anti-vírus.)

Mas talvez o veneno não seja de todo um mal!
Talvez eu seja uma criança chorando no colo da mãe, com medo do chão
Uma espécie de ser aterrorizado
Com pânico, terror, de tudo o que me está acontecendo!

Estou andando no escuro
Não sei onde as pedras estão
Não sei se elas existem
Não sei quando vou tropeçar
Não sei ao menos como são tais empecilhos!
Sei somente que caminho, de olhos fechados...
À procura de minha alma, tão perdida alma
Que não conhece os perigos da estrada!

Meu coração bate rápido.
Minhas lembranças afloram,
Meu estômago se revira!
Não posso sentir minhas pernas, não sei se ainda as tenho!
Sintomas da doença.
Elementar meu caro!

Queria poder gritar ao mundo
Bradar aos quatro cantos:
"Você não vai me ferir! Eu lhe proíbo, infermo mundo
Eu vou te explodir, com a bomba mortal dos sentidos
Dos verdadeiros sentidos. Eu lhe nego hoje...
Amor, impiedoso amor!
Peste que me faz sorrir, para me apunhalar pelas costas.
Não confio em vós!"

Tome minha dama, Pegue meu cavalheiro
Leve-os para longe de mim! (Mais longe...)

Já não sei o que se passa...
Já não sei o que fazer!

Peste Humana!


(Publicado originalmente em 27 de Janeiro de 2008)

O amor é uma peste que devasta os sentidos.
O amor é uma praga que inunda as plantações da alma.
Derrete a vida, apaga a razão. Mata, destrói, pisa!
O amor leva o ser humano ao submundo das coisas triviais. O amor se esquece do futuro. Ou se o lembra, imediatamente o idealiza de maneira utópica, a maneira que mais agrada ao triste e adoentado cérebro do pensante amoroso!
O amor mediocriza, te faz esquecer todo o passado. Apaga o passado e tenta refazer o futuro. As consequências são drásticas. A doença ainda não tem cura prevista!
O amor é cancerígeno, reomático, tuberculoso, asmático. Faz você perder seus cabelos, atrofia seu nervos, aniquila o pulmão, te faz perder o ar!!
Ele te leva a miragens de bosques verdes e límpidos. (apenas uma bela miragem).
O ser humano doente, ao se ver "enfermo", rapidamente faz a cruel escolha. Seu cérebro ou sua vida! A vida é descartada então.
A escola do mundo, as leis que regem o país, o pensamento livre e o livre arbítrio ainda não conseguiram descobrir teorias concretas sobre esta doença, até o presente momento.
É possível um homem terminar a vida, descobrindo que seus "colegas de planeta" passaram a vida toda em busca de um sentimento, e que ao final dessa vida puderam ver que tudo não passava de uma simples farsa, para que atrasássemos nossa evolução, e que, ao final de tudo, viveu melhor aquele que não possuía um coração??
É possível um homem viver feliz, realizado, tendo executado todas as suas ambições ao longo da vida, sem nunca ter experimentado a sensação de amar?
Os corações mais vazios são aqueles que tem mais capacidade de amar, potencialmente falando? Mas então, quem pode explicar para este confuso narrador de tragédias humanas interiores esta antítese, essa ironia... Talvez o fato de algumas pessoas estarem sozinhas, se achando incapazes de amar e de usufruir de um sentimento raro que denominam amor (termo ambíguo na presente situação) prova a teoria de que o amor não se vê em todo lugar. O amor em seu sentido mais puro...Não se pode amar sozinho!! Portanto a solidão neste caso explica tudo!

Indie Rock FUCKING'n Roll!!


(publicado originalmente em 22 de Janeiro de 2008)


Fabulosamente perfeito!
Você me dá vontade de bater os pés incansavelmente
Por dias e dias...
Você é tudo que eu mais preciso, Indie Rock'n Roll!

Sentado, quieto
Meu quarto é um museu,
Minha capa de chuva me abriga.
É hora de tomar uma dose de você!
Talvez a única coisa de que eu precise hoje
Seja de você em minhas veias.
Você freneticamente sem parar em minha vitrola!
Indie Rock'n Roll!

Na última noite eu disse que nada estava bem
Que nada me faria feliz.
Que bobagem!
Apenas acendi meu lucky strike
Afroxei o all star
Desci a braguilha, (Malandro!)
Afinal é essa a grande idéia. Não é mesmo, Indie Rock'n Roll???

Albert acaba de chegar
Ele me diz: "Poxa cara, sabes que tu és um grande verme?"
Eu disse apenas: "Não viaje meu querido drugue...
Acenda seu charuto. Vamos aterrorizar o mundo...!!!"
Minha moto me envenena... O ronco do motor me excita.
Quanto tesão. Indie Rock'n Roll!

Ahhhh não posso enchergar
Meus cabelos não permitem.
Mamãe sempre me disse que essa história de avant-gardé era coisa para malucos
Que devíamos cortar nossos cabelos, viver como seres supimpas...
Eu lhe falava "Oh não se envergonhe coroa, vamos fumar um baseado?
Talvez suas calças sejam muito largas, assim a galera vai te achar quadrada, broto!"
Não mamãe, missas não oferecem Martini. Obrigado!
Você é meu passaporte para o inferno, Indie Rock'n Roll!!!

O bar está lotado.
Tenho minha garota, ela usa sapatos vermelho
E seus joelhos sempre se desencontram!
Minha jaqueta é de botões.
Minhas costeletas escondem meu rosto, atrás de meus grandes óculos!
Eu sou o rei do lugar. Talvez eu faça mais um strip tease hoje, afinal.
A garçonete diz: "Vamos?"
Eu digo: "Adoro garçonetes!" e lhe aplico um sorriso mortal!
Ela diz: "Estou falando das biritas, baby!"
Atrevida!
Digo apenas "Não me culpe querida..."
Mais uma dose. Mais Indie Rock'n Roll!

No dia seguinte meu cérebro lateja...
Óh como é difícil esta minha vida de boêmio!
Minha esposa é a bebida,
Minha amante é o café!
Elas se completam, me completando. Que possso eu fazer?
Meus braços são biônicos...!
A banca de revistas desliza sobre o bar...!
Minha perna é de plástico...!
Meu corpo está preso num baile anos 60...!
Não posso me mexer!
Ops, tive um dejà vú!
Você me assusta, Indie Rock'n Roll!

Juicebox feche bem a noite
Macacos árticos serão aceitos.
O clube vitorino para cavalheiros ingleses é de se levar em conta.
Leão de ouro, seja bem vindo!
Sim sim sim!!!
Marilyn Monroe sempre me liga.
Amigos íntimos, horas ao telefone!
Indie Rock FUCKING'n Roll!!

Cavalheiro imortal - Sonhos de um amor futuro


(publicado originalmente em 21 de Janeiro de 2008)


Em meu carro ele sempre me acompanha
Folheando minhas revistas apressadamente
Falando de coisas que não consigo entender bem ao certo...
Mas que me parece tão lindo, tão puro!

Meu cavalheiro não me deixa cair
Meu cavalheiro é minha muleta constante
O que jamais me deixa,
O que jamais irá me deixar.

Meu cavalheiro não se preocupa com banalidades da vida
Não se deixa baquear por trivialidades.
Meu senhor sabe viver, e tenta me ensinar,
Sempre da maneira mais meiga!

Meu cavalheiro canta como os pássaros em minha janela
Este canta em meus ouvidos.
E nessa hora eu posso sentir como é o paraíso, caso este exista.
Posso sentir cada pêlo tão bruto de meu corpo,
Se deixando encantar por este homem
Tão singelo e tão cheio de espírito.

As árvores param de se remexer para contemplar tamanha graciosidade
Os carros seguem reto, mas não a visão destes que os conduzem.
As calçadas se tornam largas, brincam de estradas. Minha flor está passando!
Abram caminho, minha flor está passando!!
E o mundo não é capaz de suportar tanta beleza em meio a tanta baderna!

Garoto
Homem
Namorado
Meu eterno cavalheiro;
Não se deixe jamais ser levado por sentimentos de ódio e tenebrosas alucinações
Não se deixe jamais ser contagiado por sentimentos negativos.
Não se permita nunca que te façam crer que tu és menos do que estou dizendo hoje.
Tu és mais. Porém a língua não pode expressar todos os sentimentos com palavras.
E cá estou eu, homem maduro e capaz, tentando tirar algo de dentro de mim...
Tentando retirar o ouro do meio da lama!
Me fazendo poeta, para te ver sorrir!

Sempre comigo
Não me abandone.
Pois tamanha dor não caberia no peito deste apaixonado!

Não vá se perder
Segure firme na minha mão
Juntos poderemos permanecer, unir nossas forças eternamente
E jamais acizentar nosso céu tão azulado...!

Eu encontrei meu lugar no mundo
Eu sei onde quero permanecer,
Extasiado cada dia mais por este sentimento chamado amor
Dominado pelas fortes palpitações
De meu coração que não pode, que não é capaz de suportar tanto amor platônico!

Eu preciso permanecer em seus braços,
Deitado na cama,
Seus dedos a dedilhar os meu cabelos,
Sua mão levemente separando meus cachos,
Sua unha roçando minha pele,
Me zelando até que o sono chegue.
Mas que demore a chegar... Quero esta sensação eternamente!

Meu lugar é em seus braços
Sentindo sua respiração ofegante
Ouvindo as notas musicais de seu coração
Respirando o seu ar, em um só corpo
Uma só carne!

O coração das lagartas e teorias do "amor"!


(Publicado originalmente em 15 de Janeiro de 2008)


Em busca, mais uma vez, da liberdade no blog "Telescópio Social", hoje eu queria explicar à algumas pessoas a minha posição sobre o amor.
Não para conhecerem mais minha vida. Isso não se trata de uma autobiografia, até porque para uma pessoa merecer este ato ela precisa "cagar no trono do demônio". Em outras palavras, ela precisa ser a autora de uma ação muito difícil de ser realizada!
Meus amigos talvez tenham uma impressão sobre mim de que eu não estou nunca me envolvendo com outra pessoa, ou de que eu não apóie o ato sexual, de que eu não conseguirei viver com uma pessoa, que o fato de pessoas terem que dividir tudo, até a cama, me enoja. Ou talvez observem o meu nojo e repugnação com relação aos jovens apaixonados que se dizem amantes eternos, sem entender que o eterno sempre acaba primeiro, ai então vem à baila sentimentos contrários aqueles que havia numa relação de tempos atrás.
Se você pensa tudo isso sobre mim, meu caro leitor, acredite: Você me conhece muito bem!
De fato todo o narrado acima condiz com o livro da verdade "Daniliniana".
Mas vale lembrar que as relações atuais observadas por mim não são das mais encantadoras. Não se trata de um problema unicamente no espaço onde eu habito, tipo cidade ou país. Mas sim de um lugar onde eu vivo, tipo planeta ou esfera terrestre!
O que torna tudo muito mais preocupante, porque daqui eu não posso sair. Nunca vou experimentar uma relação extra-terrestre, com cometinhas no lugar de borboletas lindas e serelepes voando encantadoramente pela cabeça dos lindos apaixonados. Eu sou a favor da vida, em quase todos os casos, no caso destas malditas borboletas imaginárias, vejo apenas um monte de bichos que foram promovidos de lagartas, tão indefesas e simples, a animais travestis com plumas e confeti, que aprovam as relações antes de as conhecer. Sim sim, animais bestiais! Morte a eles!!
Ah que pena, estou parecendo a vagina de uma freira velha? Estou parecendo aquelas bolas de gelo que acabaram com o romance de Jack and Rose em "Titanic", frias de dar medo? É mesmo uma pena!
Mas eu não posso lhe julgar. Talvez tudo isso possa parecer uma "sindrome século XXI" de jovens querendo ser mais modernos que sua época, levantando bandeiras e gritando ao mundo "Eu posso viver sem ninguém!". E é aí em que eu me sinto seguro em afirmar que eu me diferencio destes seres prafentex.
O que acontece é que estes mesmos jovens, tão "desprovidos" de paixão, não resistem aos prazeres carnais, com várias e inúmeras historinhas safadas de sexo-quase-sexo, como eu costumo denominar aqueles atos de pegação generalizada em vielas e bares da cidade, ou seja lá onde copulam com o parceiro, tais seres.
Mas voltando ao assunto em questão, nesta linda noite.
Eu de fato não apóio grande parte, na verdade a maioria dos casais. Mas isso não se trata de um lado "Abaixo o amor". Pelo contrário, é justamente o oposto.
A minha visão sobre o amor envolve questões completamente vitais. Pra mim não se trata de um desejo em possuir carnalmente uma pessoa, não se trata em andar na rua de mãos dadas para fazer um cenário, ou se exibir algo, como um troféu. É algo muito mais complexo. É algo imensamente mais grandioso.
Não importando o sexo dos envolvidos, não importando a raça ou a religião dos mesmos. Não importando absolutamente nada, somente o simples fato de essas pessoas terem algo em comum. Um sentimento que brota de dentro. Algo que o dicionário não conhece. Esse sentimento é grande demais pra ser resumido em uma única palavra. Para não confundir a cabeça do leitor, vou recorrer ao clichê termo, que chega mais perto do narrado acima: Amor!
O amor é confundido com a vontade carnal. É diferente de você ver uma pessoa e achá-la linda por ela ter um corpo delgado, um cabelo bem cuidado, uma raba de dar inveja, se me desculpam o termo chulo.
O amor é, em algumas vezes, a ausência de tudo isso. E essa dificuldade em enxergar com os olhos da razão a "beleza", é o que o tornará tão raro, tão diferente de tudo que se vê, e portanto mais belo e invejável.
O amor não deve ser tido como uma prisão fechada. Mas como uma prisão aberta, em que o cárcere pode escolher entre estar e não estar encarcerado. Essa escolha irá determinar a presença do "estar-se preso por querer", de Camões. Se você está preso porque quer e não porque foi obrigado, aí sim temos um exemplo de amor!
Eu, mais do que nunca, mais do que jamais acreditei que pudesse acreditar, acredito num amor completamente acreditável, sem querer abusar da repetição de palavras, e já não conseguindo.
Eu sei mais do que nunca, que o amor existe, e que ele é capaz de transfomrar o mundo. De que as pessoas certas existem apenas para as pessoas certas.
Eu sei que mais cedo ou mais tarde eu vou descobrir se minhas palavras são sinceras, se são regras aplicáveis à realidade. Eu tenho certeza que de maneira ou outra, eu vou esfregar na cara de todos os nada-virgens que a hora certa, a pessoa certa, o tempo certo e programado, pode existir. E essa espera torna tudo muito mais especial!
Que há uma maneira de se amar sem perder as identidades dos envolvidos.
O amor só deveria ter a acrescetar. Caso ele um dia me tire as qualidades, eu deixo aqui bem claro, para que uma dia eu possa me lembrar: Eu recuso as formas não idealizadas de amor!! Se não fôr da maneira mais sã, não preciso de tal sentimento!!!
E quando eu sentir que minha cama, aturadora de todo o meu dia cansativo, o MEU dia com MINHAS canseiras, poderá receber uma outra pessoa, com outros tipos de canseiras, ai eu dormirei menos espaçosamente e cederei lugar. E talvez ai sim, eu entenda o significado da palavra partilha.
Quanto ao tempo, temos uma faca de dois gumes. Há tempos atrás eu observei que os casais ficavam juntos por anos, as vezes sem brigar, pelo simples fato de nunca terem se amado e serem indiferentes um ao outro. Neste caso não há amor e não há briga. O que torna a teoria dos que afirmam que "hoje em dia não existe amor e relação duradoura", uma grande farsa.
Hoje as pessoas são livres pra amarem, e se casam com quem quer, geralmente e teoricamente. Mas essa liberdade faz aparecerem os conflitos de idéias, antes não presentes pelos casais porque simplesmente não havia idéias assim como não havia casamento, e como não havia amor!
Com isso, podemos dizer que há as duas fases basicamente do amor. Eu quero ter a honra de inaugurar hoje, sem heroísmos, para todos aqueles que queiram um amor genuíno e puro, para todos aqueles que zelam pelos sentimentos, a terceira fase, a do amor genuinamente livre de bactérias!
Livre da necessidade sexual, com forte presença do carinho via telepatia, que seja. Do amor livre de escolhas, do retorno as coisas simples. Da poesia de cama antes de dormir, da conversa aberta sobre tudo, da idéia de envelhecer amando cada segundo mais e de maneira mais madura a cada dia, da forte emanação do positivismo amoroso, saindo dos póros dos apaixonados.
E olhando pra mim, hoje escrevendo assim, eu posso garantir que não sou assim tão frio, afinal de contas. Isso me alivia e me dá a certeza de que estou voltado para a terceira fase do amor, motivo pelo qual não encontro nada em meu caminho, como os demais terráqueos!

Obrigado á madrugada e ao sentimento solitário e calmo, que me me fez repassar ao planeta "Telescópio Social" tais pensamentos!


(Telescópio voltado para o filme "Garden State - A hora de voltar" de 2004, direção de Zach Braff, a que se refere a imagem)

Ilusória


(Publicado originalmente em 12 de Janeiro de 2008)


Um pouco de calma,
Tudo acaba...

A conversa no bar...
A conversa na janela...
A menina que chora...
Pelo garoto q espera!

E espera com dor
Espera com desejo
Desejo de tê-lo só para sí.

E quando o têm
Finalmente o têm
Vê que tudo não deveria ter passado de um sonho!

E sonho mais doce seria continuar sonhando
Esperando...

Há quem diga (filósofias de boteco) que o prato principal
Nunca é melhor que o aperitivo.
De tal forma seria nossos sonhos e devaneios?

Pois se um sábio homem me diz,
Me garante que sonhar é melhor que viver,
Me retiro desta biblioteca e me enclausuro em ambiente fechado
Para poder de fato viver...

Nada é como se imagina afinal de contas...
E no fundo o que se procura é a felicidade
Mesmo que seja essa felicidade interna e teatral
Falsa
Imaginária
Ilusória
Pois se isso é felicidade
Que venha!

Me recuso a viver num mundo real,
De pessoas reais,
Acontecimentos reais,
Problemas reais,
Mas que tudo não representa ao menos uma pequena porção
Do que é de fato minha vida imaginária!!


Amanhã só Deus sabe...
Me casarei com a mais bela das mulheres,
Viajarei o mundo,
Reencontrarei meu velho amigo,
Talvez minha mãe saia de sua tumba e me dê o peito,
Conseguirei meus bens materiais,
Tudo isso da maneira mais falsa e mais fácil: imaginariamente!

O ser superior nos deu inteligência e sabedoria
(Afirmam os homens de túnica que passam a vida em oração)
Essa inteligência e sabedoria nos é dada apartir do momento em que viemos ao mundo
E nele vamos crescendo.

De princípio somos livres...
Alegres...
Malandros...
Árvores são grandes edifícios!
Pedras são o maior palco!
Terra é o pó mágico, capaz de tudo construir!!
Nesta fase brincamos, pulamos, construimos nossos próprios castelos na areia,
Aquele que uma onda pode derrubar
Mas que você fez pelo seu coração, todavia.

Ai crescemos
As obrigações nos empedem de sonhar
E você de fato acha que isso é feio, infantil, trivial!
Que devemos encarar a realidade
E nos envergonhamos daquilo que fazíamos quando pequenos
(Promessa furada na infância de que nunca iríamos nos envergonhar!)

Árvores nos tornam estorvos,
Cortá-las é a melhor solução!
Pedras atrapalham no caminho,
Retire-as!
Pra que terra...? Ela suja,
Cimento é a solução!

É nessa hora que pensamos: Valeu a pena crescer??
Valeu a pena ser uma pessoa grande em tamanho,
E pequena em felicidade?
Tudo que se busca é a felicidade realmente?
Então pra que deixá-la num escritório cheia de papéis?
Talvez o ambiente natural de tal sentimento seja a areia
em tardes frescas com meus castelinhos!
Mamãe me fará tomar banho pelo final do dia
E amanha acordarei...
Pronto para tudo novamente, de novo e de novo!

Sim meu caro amigo,
Já me decidi:
Deste mundo nã vou sair!!

E quando tudo acabar,
E quando tudo estiver perdido ,
Eu sei que poderei mais uma vez viver em outro mundo
Tambem imaginário...
E que verme parasita algum coma meus neurônios...
Pois deles vivo!

Seu mundo é feio...
Meu gramado é mais verde que o seu!
Aqui ficarei
Nesta vida ilusória!
De cá não sairei!

Apresentando o Telescópio Social!


(Publicado originalmente em 10 de Janeiro de 2008)


Ok, um blog. Como usá-lo?
Certa vez eu li um livro (na verdade uma série deles, "O diário da princesa" de Meg Cabot) e ela falava que ela sempre tinha muita coisa a dizer, e as vezes não tinha à quem contar. Então a mãe dela lhe deu um diário, em que ela poderia "despejar" tudo o que sentia!
Esses dias estou sentindo uma necessidade grande em poder dizer tudo o que sinto, sobre diversos assuntos. O grande mal de se ter um telescópio social, é que ele captura tudo, não deixa nada passar. Cada observação, cada duplo sentido as vezes não percebido por pessoas que usam vendas nos olhos! Isso eu diria que tem o lado positivo e o lado negativo. Analogias sobre pilhas não são bem vindas ok?
Enfim, o ser humano precisa ter com quem (ou 'o quê', no caso) desabafar e trocar experiências. Todos os tipos de idéia possíveis são imediatamente questionadas se estão "certas" ou "erradas" (o uso das aspas nas palavras certo e errado, logo poderá ser entendido pelo leitor de "Telescópio Social"). As vezes nossos amigos estão dormindo, ou não se encontram o tempo todo à nossa inteira disposição, e devemos recorrer a escrita.
Meu Deus, obrigado as civilizações antigas, ao homem das cavernas, e aqueles que desenvolveram isso que chamamos de escrita. Amém!
Sem ela realmente eu enlouqueceria. Mas com ela eu tambem enlouqueço, porém de maneira mais sã, eu diria.
Apresentações são necessárias? Acredito que sim. Porém é complicado explicar todo um modo de pensar, toda uma vida (curta sim, curta, mas vá lá, não desperdiçada) em apenas um post de blog.
Serei breve (vale lembrar que o autor que aqui lhes escreve não é homem de resumos)!
Meu nome é Danilo. Danilo Geraldes. Danilo Geraldes Lima. E em meu RG consta Danilo Geraldes Lima Francisco.
Nascí em 11 de dezembro, numa bela noite de segunda-feira. Era 1989 e o mundo se despedia dos anos 80 (Aqui Collor fez uma bela noite de festas de adeus, devo lembrar).
A moeda era o cruzado, se não me engano. Mas minha família nunca o teve em grandes quantidades.
Moro no Brasil, terra de contradições, onde tudo não é o que parece, e tudo tem um segundo lado. Talvez mal do planeta e não somente desta terra. Enfim, assunto para um outro dia. A cidade é Presidente Prudente, que fica no interior de São Paulo. Há quem diga que se trata do inferno virando à esquerda. Pasmaceiras de homens ignorantes. Já diria Dorothy do Kansas (do livro "O mágico de Oz", de L. Frank Baum) "Não há lugar melhor que o lar!"
Nesta cidade pude viver os melhores momentos possíveis, com as melhores pessoas possíveis, e até aquelas que não moram aqui, eu conheci aqui. Ou seja, tudo acaba acontecendo em Presidente Prudente.
Sempre estudei em colégios públicos. Dentre eles um chamado Sarrion que se transformou em um lugar de revoluções mentais para mim por diversos motivos.
Moro no campo. Isso é incrível. Realmente único!
Passei a infância de maneira simples, sem grandes regalias mas com tudo que uma criança precisa para viver e se desenvolver bem, nada mais que isso!
De fato sou um grande apaixonado pela literatura, e ela está presente comigo desde meus 7 anos, de uma maneira ou de outra. Cinema é um caso a parte. Admiro aqueles que o fazem e sou grato a eles!
Sou vegetariano, acredito no planeta, nos animais, e num mundo onde ambos convivam bem, diferenças, porque não há diferenças, de fato.
Sou apolítico, e não pertenço a partidos.
A música liberta, a educação é a raiz.
Sou branco, e me orgulho da minha raça.
Não tenho religião. Entidade alguma é capaz de lavar o meu cérebro. Posso ser uma pessoa de bem na minha casa mesmo.
Acredito também no direito de escolha, de pensamento, de vida. Mas tenho dificuldade em aceitá-las as vezes (mea culpa)!
Odeio formalidades. Queria poder escrever de maneira mais livre aqui. Realmente o farei, prezo pela liberdade em todos os sentidos. Palavras não usadas geralmente por "pseudo-intelectuais" com certeza será bem utilizada aqui. Talvez não bem utilizada, mas muito utilizada, uma grande diferença obviamente.
Música, cinema, arte, idéias minhas e alheias, grandes despejadas de sentimento e raiva, amor, tédio e tudo mais que posso sentir, com certeza aqui você irá encontrar, e eu realmente espero que de alguma maneira eu possa melhorar a sua vida. Talvez com o simples fato de eu fazer você se sentir normal, com tudo o que eu penso. Isso me excita!
Voltaire (1694 - 1778) dizia "Se você não quer ver loucos à sua frente, então quebre todos os espelhos!". De fato, há muita loucura nas coisas sãs, e muita sanidade nos hospícios, na minha opinião!
Vale lembrar tambêm que poucas, pouquíssimas pessoas lêem o que se passa nos blogs. Mas eu acredito que as mais importantes irão ler as minhas idéias, e poderão refletir comigo. Esta válvula de escape terá frequentadores assíduos. Ou pelo menos eu espero. E todos serão bem-vindos aqui!
Acredito que deixei bem claro que aqui vários tipos de narração serão feitas dependendo do meu espírito, somente dele!
Quer entender o motivo do nome do blog?
Eu saio as ruas. Eu não posso deixar de levá-lo. Ele me faz olhar os outros e tentar ser melhor, adaptando situações ao meu estilo de vida. Ele é o meu terceiro olho! Já o neguei, porém hoje não ouso! Ele sempre fala mais alto, e não consegue ao menos piscar...