quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Exílio dos amaldiçoados, por Peter Demost!


Publicado originalmente em 20 de Fevereiro de 2008


Alguma coisa está acontecendo na minha cabeça! Alguma coisa que me arranca toda a felicidade e estupra minha alma, inpiedosamente!
Eu acordo de manhã e penso que será um dia diferente, um dia em que o sol vai brilhar e eu vou achá-lo lindo. Mas as nuvens o encobrem ainda mais!
Será que você não vê? Será que você não entende? O mundo está acabando aos poucos... não há motivos para sorrir! Cada dia mais as coisas legais acabam e se tornam chatas, a luz se torna escuridão subitamente, os colibris se parecem assustadoramente com capetas alados. Eu já não posso mais sorrir, porque toda essa podridão me mata lentamente.
Cada esquina que eu viro, é só mais uma esquina (caminhos percorridos??). Talvez se eu fosse algum tipo de aleijado, as pessoas poderiam me amar mais afinal...
Eu não consigo entender o motivo pelo qual você sorri! Enteeenda, não temos nenhum motivo para estarmos felizes... Tudo não passa de uma grande farsa.
Estamos assistindo a um filme chamado vida. Rimos copiosamente achando que se trata de uma grande comédia, mas em comédias os vilões não matam os bonzinhos, não é mesmo?
Tudo está pendendo para o negativismo! Tudo está afundando... E vocês não percebem, idiotas!
Sabe as promessas da pessoa que tanto amas? Aposto como você acredita em cada palavra!
Sabe a esperança de um futuro bom? Você realmente acha que ele vai existir? Qual futuro?!?!?! Você vai morrer, assim como eu, lambuzado de angústia, verme doente, e não vai ao menos ter tempo de pensar se fizestes alguma coisa nesta sua vida ridícula!
Acredite, eu vou asssitir a tua ruína... Eu vou assistir a ruína de cada um daqueles que me fizeram chegar onde eu estou hoje! E você, direta ou indiretamente, faz parte disso!
Você, batendo no aluno branco da escola!
Você, humilhando o "maricas juvenil"!
Você, achando que tem mais capacidade que eu!
Você, menosprezando meus sentimentos, saracoteando, dançando, guspindo, derramando seus escrementos mais diversos no meu coração!
Ó, coração são para fracos, perdedores, necessitados, fanáticos. Corações são a máquina da tristeza. O coração me adoeceu, ano após ano, e já não posso mais viver assim! Deixo somente claro: Daqui não levo nada. E só queria não ter jamais saído do ventre de minha mãe! Queria ter sido abortado... Queria ter sido jogado no lixo e sido comido por abutres famintos...!
Palavras jogadas ao vento... Cá estou eu, nesta poça que chamam de mar. Neste confim chamado terra. Nesta pocilga infernal chamada casa! Neste pedaço do inferno chamado país. País que formou seus nobres cidadãos como serpentes, prontas para o bote certeiro e mortal. Ao inferno pobres mortais, relez, mesquinhos, roubando os bens alheios, perdendo as verdades em becos asquerosos, lutando pela sua mentira!
Quero encontrar com todos aqueles que assinaram meu atestado de óbito, no inferno!
Vou vê-los receber a ira maligna e sangrenta da cólera do senhor das trevas, aquele que chamam de Deus, mas se trata somente do demônio, único e desprezível como qualquer um de vocês, covardes...
Covardes sim. Covardes...!!!! Grito a plenos pulmões: COVAAAAARDES! Vocês que me arruinaram, vocês que me levaram a este esgoto...
Enquanto você baila lindamente com suas prostitutas e garanhões, eu lanço comida aos porcos e lhes imploro humanidade...! Ó, triste ironia!
A vida não serve. A morte acolhe! Pra que pensar na vida afinal, se ela é pasageira! Vamos somente nos importar com a morte, exílio dos amaldiçoados, pois é nela que vamos passar a maior parte do tempo...
Mas ninguém vai me ver partir, sem antes anunciar tudo que penso... Não partirei hoje! De cá não sairei ainda...
Sou o anjo que anuncia a morte. Sou o trovão que anuncia a tempestade. Me chame de Peter Demost! (Nos encontraremos!!)

Observação: Peter Demost se trata de um dos vários personagens que pode se esconder nos cantos do cérebro imprevísivel de um escritor, que aqui se faz presente. Fatos e ídéias são de caráter literário e artístico, não devendo necessariamente ser atribuídos a vida pessoal deste narrador!

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