quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O coração das lagartas e teorias do "amor"!


(Publicado originalmente em 15 de Janeiro de 2008)


Em busca, mais uma vez, da liberdade no blog "Telescópio Social", hoje eu queria explicar à algumas pessoas a minha posição sobre o amor.
Não para conhecerem mais minha vida. Isso não se trata de uma autobiografia, até porque para uma pessoa merecer este ato ela precisa "cagar no trono do demônio". Em outras palavras, ela precisa ser a autora de uma ação muito difícil de ser realizada!
Meus amigos talvez tenham uma impressão sobre mim de que eu não estou nunca me envolvendo com outra pessoa, ou de que eu não apóie o ato sexual, de que eu não conseguirei viver com uma pessoa, que o fato de pessoas terem que dividir tudo, até a cama, me enoja. Ou talvez observem o meu nojo e repugnação com relação aos jovens apaixonados que se dizem amantes eternos, sem entender que o eterno sempre acaba primeiro, ai então vem à baila sentimentos contrários aqueles que havia numa relação de tempos atrás.
Se você pensa tudo isso sobre mim, meu caro leitor, acredite: Você me conhece muito bem!
De fato todo o narrado acima condiz com o livro da verdade "Daniliniana".
Mas vale lembrar que as relações atuais observadas por mim não são das mais encantadoras. Não se trata de um problema unicamente no espaço onde eu habito, tipo cidade ou país. Mas sim de um lugar onde eu vivo, tipo planeta ou esfera terrestre!
O que torna tudo muito mais preocupante, porque daqui eu não posso sair. Nunca vou experimentar uma relação extra-terrestre, com cometinhas no lugar de borboletas lindas e serelepes voando encantadoramente pela cabeça dos lindos apaixonados. Eu sou a favor da vida, em quase todos os casos, no caso destas malditas borboletas imaginárias, vejo apenas um monte de bichos que foram promovidos de lagartas, tão indefesas e simples, a animais travestis com plumas e confeti, que aprovam as relações antes de as conhecer. Sim sim, animais bestiais! Morte a eles!!
Ah que pena, estou parecendo a vagina de uma freira velha? Estou parecendo aquelas bolas de gelo que acabaram com o romance de Jack and Rose em "Titanic", frias de dar medo? É mesmo uma pena!
Mas eu não posso lhe julgar. Talvez tudo isso possa parecer uma "sindrome século XXI" de jovens querendo ser mais modernos que sua época, levantando bandeiras e gritando ao mundo "Eu posso viver sem ninguém!". E é aí em que eu me sinto seguro em afirmar que eu me diferencio destes seres prafentex.
O que acontece é que estes mesmos jovens, tão "desprovidos" de paixão, não resistem aos prazeres carnais, com várias e inúmeras historinhas safadas de sexo-quase-sexo, como eu costumo denominar aqueles atos de pegação generalizada em vielas e bares da cidade, ou seja lá onde copulam com o parceiro, tais seres.
Mas voltando ao assunto em questão, nesta linda noite.
Eu de fato não apóio grande parte, na verdade a maioria dos casais. Mas isso não se trata de um lado "Abaixo o amor". Pelo contrário, é justamente o oposto.
A minha visão sobre o amor envolve questões completamente vitais. Pra mim não se trata de um desejo em possuir carnalmente uma pessoa, não se trata em andar na rua de mãos dadas para fazer um cenário, ou se exibir algo, como um troféu. É algo muito mais complexo. É algo imensamente mais grandioso.
Não importando o sexo dos envolvidos, não importando a raça ou a religião dos mesmos. Não importando absolutamente nada, somente o simples fato de essas pessoas terem algo em comum. Um sentimento que brota de dentro. Algo que o dicionário não conhece. Esse sentimento é grande demais pra ser resumido em uma única palavra. Para não confundir a cabeça do leitor, vou recorrer ao clichê termo, que chega mais perto do narrado acima: Amor!
O amor é confundido com a vontade carnal. É diferente de você ver uma pessoa e achá-la linda por ela ter um corpo delgado, um cabelo bem cuidado, uma raba de dar inveja, se me desculpam o termo chulo.
O amor é, em algumas vezes, a ausência de tudo isso. E essa dificuldade em enxergar com os olhos da razão a "beleza", é o que o tornará tão raro, tão diferente de tudo que se vê, e portanto mais belo e invejável.
O amor não deve ser tido como uma prisão fechada. Mas como uma prisão aberta, em que o cárcere pode escolher entre estar e não estar encarcerado. Essa escolha irá determinar a presença do "estar-se preso por querer", de Camões. Se você está preso porque quer e não porque foi obrigado, aí sim temos um exemplo de amor!
Eu, mais do que nunca, mais do que jamais acreditei que pudesse acreditar, acredito num amor completamente acreditável, sem querer abusar da repetição de palavras, e já não conseguindo.
Eu sei mais do que nunca, que o amor existe, e que ele é capaz de transfomrar o mundo. De que as pessoas certas existem apenas para as pessoas certas.
Eu sei que mais cedo ou mais tarde eu vou descobrir se minhas palavras são sinceras, se são regras aplicáveis à realidade. Eu tenho certeza que de maneira ou outra, eu vou esfregar na cara de todos os nada-virgens que a hora certa, a pessoa certa, o tempo certo e programado, pode existir. E essa espera torna tudo muito mais especial!
Que há uma maneira de se amar sem perder as identidades dos envolvidos.
O amor só deveria ter a acrescetar. Caso ele um dia me tire as qualidades, eu deixo aqui bem claro, para que uma dia eu possa me lembrar: Eu recuso as formas não idealizadas de amor!! Se não fôr da maneira mais sã, não preciso de tal sentimento!!!
E quando eu sentir que minha cama, aturadora de todo o meu dia cansativo, o MEU dia com MINHAS canseiras, poderá receber uma outra pessoa, com outros tipos de canseiras, ai eu dormirei menos espaçosamente e cederei lugar. E talvez ai sim, eu entenda o significado da palavra partilha.
Quanto ao tempo, temos uma faca de dois gumes. Há tempos atrás eu observei que os casais ficavam juntos por anos, as vezes sem brigar, pelo simples fato de nunca terem se amado e serem indiferentes um ao outro. Neste caso não há amor e não há briga. O que torna a teoria dos que afirmam que "hoje em dia não existe amor e relação duradoura", uma grande farsa.
Hoje as pessoas são livres pra amarem, e se casam com quem quer, geralmente e teoricamente. Mas essa liberdade faz aparecerem os conflitos de idéias, antes não presentes pelos casais porque simplesmente não havia idéias assim como não havia casamento, e como não havia amor!
Com isso, podemos dizer que há as duas fases basicamente do amor. Eu quero ter a honra de inaugurar hoje, sem heroísmos, para todos aqueles que queiram um amor genuíno e puro, para todos aqueles que zelam pelos sentimentos, a terceira fase, a do amor genuinamente livre de bactérias!
Livre da necessidade sexual, com forte presença do carinho via telepatia, que seja. Do amor livre de escolhas, do retorno as coisas simples. Da poesia de cama antes de dormir, da conversa aberta sobre tudo, da idéia de envelhecer amando cada segundo mais e de maneira mais madura a cada dia, da forte emanação do positivismo amoroso, saindo dos póros dos apaixonados.
E olhando pra mim, hoje escrevendo assim, eu posso garantir que não sou assim tão frio, afinal de contas. Isso me alivia e me dá a certeza de que estou voltado para a terceira fase do amor, motivo pelo qual não encontro nada em meu caminho, como os demais terráqueos!

Obrigado á madrugada e ao sentimento solitário e calmo, que me me fez repassar ao planeta "Telescópio Social" tais pensamentos!


(Telescópio voltado para o filme "Garden State - A hora de voltar" de 2004, direção de Zach Braff, a que se refere a imagem)

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