quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ilusória


(Publicado originalmente em 12 de Janeiro de 2008)


Um pouco de calma,
Tudo acaba...

A conversa no bar...
A conversa na janela...
A menina que chora...
Pelo garoto q espera!

E espera com dor
Espera com desejo
Desejo de tê-lo só para sí.

E quando o têm
Finalmente o têm
Vê que tudo não deveria ter passado de um sonho!

E sonho mais doce seria continuar sonhando
Esperando...

Há quem diga (filósofias de boteco) que o prato principal
Nunca é melhor que o aperitivo.
De tal forma seria nossos sonhos e devaneios?

Pois se um sábio homem me diz,
Me garante que sonhar é melhor que viver,
Me retiro desta biblioteca e me enclausuro em ambiente fechado
Para poder de fato viver...

Nada é como se imagina afinal de contas...
E no fundo o que se procura é a felicidade
Mesmo que seja essa felicidade interna e teatral
Falsa
Imaginária
Ilusória
Pois se isso é felicidade
Que venha!

Me recuso a viver num mundo real,
De pessoas reais,
Acontecimentos reais,
Problemas reais,
Mas que tudo não representa ao menos uma pequena porção
Do que é de fato minha vida imaginária!!


Amanhã só Deus sabe...
Me casarei com a mais bela das mulheres,
Viajarei o mundo,
Reencontrarei meu velho amigo,
Talvez minha mãe saia de sua tumba e me dê o peito,
Conseguirei meus bens materiais,
Tudo isso da maneira mais falsa e mais fácil: imaginariamente!

O ser superior nos deu inteligência e sabedoria
(Afirmam os homens de túnica que passam a vida em oração)
Essa inteligência e sabedoria nos é dada apartir do momento em que viemos ao mundo
E nele vamos crescendo.

De princípio somos livres...
Alegres...
Malandros...
Árvores são grandes edifícios!
Pedras são o maior palco!
Terra é o pó mágico, capaz de tudo construir!!
Nesta fase brincamos, pulamos, construimos nossos próprios castelos na areia,
Aquele que uma onda pode derrubar
Mas que você fez pelo seu coração, todavia.

Ai crescemos
As obrigações nos empedem de sonhar
E você de fato acha que isso é feio, infantil, trivial!
Que devemos encarar a realidade
E nos envergonhamos daquilo que fazíamos quando pequenos
(Promessa furada na infância de que nunca iríamos nos envergonhar!)

Árvores nos tornam estorvos,
Cortá-las é a melhor solução!
Pedras atrapalham no caminho,
Retire-as!
Pra que terra...? Ela suja,
Cimento é a solução!

É nessa hora que pensamos: Valeu a pena crescer??
Valeu a pena ser uma pessoa grande em tamanho,
E pequena em felicidade?
Tudo que se busca é a felicidade realmente?
Então pra que deixá-la num escritório cheia de papéis?
Talvez o ambiente natural de tal sentimento seja a areia
em tardes frescas com meus castelinhos!
Mamãe me fará tomar banho pelo final do dia
E amanha acordarei...
Pronto para tudo novamente, de novo e de novo!

Sim meu caro amigo,
Já me decidi:
Deste mundo nã vou sair!!

E quando tudo acabar,
E quando tudo estiver perdido ,
Eu sei que poderei mais uma vez viver em outro mundo
Tambem imaginário...
E que verme parasita algum coma meus neurônios...
Pois deles vivo!

Seu mundo é feio...
Meu gramado é mais verde que o seu!
Aqui ficarei
Nesta vida ilusória!
De cá não sairei!

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